Amansando medos, adormecendo gigantes

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Por Sueli de Souza Cagneti

Contemplar estrelas é sonhar histórias, é recuperar perdas, é amansar medos, é adormecer gigantes.
E é esse basicamente o enredo poético de Mil e Uma Estrelas de Marilda Castanha, cuja protagonista é uma menina negra que – ao se deparar com o céu sem estrelas – vai em busca do ogro gigante, considerado por ela, o único que poderia chegar até à lua e recuperar o brilho do firmamento. Não sabia ela que, por medo do escuro, era ele o ladrão das estrelas.
Dialogando poeticamente com o verbal e o visual, Marilda coloca a heroína em meio a uma paisagem afro, num misto de Golias e Sherazade para – modernamente – nem derrotar, nem se salvar do antagonista, mas acalentando-o através de histórias, salvá-lo do medo do escuro, levando-o a devolver as estrelas ao firmamento. Firmamento esse, cuja contemplação remete a uma das figuras mais fortes da crença afro em seus orixás: o Oxalá.
Oxalá outros livros como esse cheguem as nossas crianças.

FICHA TÉCNICA:

Obra: Mil e Uma Estrelas
Autora: Marilda Castanha
Editora: SM
Ano: 2011


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