Reconhecendo a própria realeza: um passo para o encontro com nossas raízes

/
2 Comments

Por Sueli de Souza Cagneti

Por que eu não podia ser
Igual a uma princesa?
Só queria que alguém me explicasse.
Por isso nadava nas bordas. (p.5)

A protagonista de Uma princesa nada boba, de Luiz Antonio, não apenas diz “que andava nas bordas”. Ela é também assim retratada pelo ilustrador Biel Carpenter, que belamente - além de apresentá-la nas bordas das páginas, a esconde do leitor sempre com uma sombrinha a cobri-la até onde o vestido e as longas meias completam o mistério. Não se sabe como é a menina que sonhava com cachinhos dourados, longos fios escorridos, narizinho pontudo. Enfim, tudo o que entendia que pudesse configurar a imagem de uma princesa (rosto de princesa, roupa de princesa) a faziam rezar. Pedindo. Vozes de pai, mãe, avó, professora repetindo “você é uma princesa!!” não a convenciam. Mas... ao ir para o sítio da avó - mulher entendida nas coisas da vida e nos mistérios dos orixás - ela é apresentada, através do abebé, a uma nova realeza. A de muitas princesas (negras e lindas). E nada bobas, como Oyá e Nzinga. Sairá das bordas essa protagonista/princesa, ou não? Será sair das bordas descobrir nossa cor, nosso lugar, nossa beleza, nossa história? Não sei. Sei que o livro é lindo e que discute tudo isso. Eu fosse você, leitor, conferiria. As referências para encontrá-lo estão logo abaixo.
                                                                                                                            
FICHA TÉCNICA:

Obra: Uma princesa nada boba
Autor: Luiz Antonio
Ilustração: Biel Carpenter
Editora: Cosac Naify
Ano: 2011



Posts relacionados

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma princesa nada boba é belíssimo, confiram.Eu adorei.
SILMARA

Anônimo disse...

Chorei, sorri, terminei de ler feliz e forte. Lindo, lindo. Recomendo a todas (e todos). Ótima dica, pena que não havia visto antes!!

Jaqueline

Tecnologia do Blogger.