Apenas um caminho

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Por Ana Paula Kinas Tavares e Sueli de Souza Cagneti

De título intrigante, “Apenas um curumim”, de Werner Zotz, já começa “lançando piolhos” como aprendi com o escritor indígena Daniel Munduruku. Especialmente na sociedade “caraíba” (branca) dificilmente uma criança se aceita como “apenas uma criança”; Jari, o curumim da história, é também um pouco assim, achando-se esperto, não ouve o que tem dentro de si.
Num cuidadoso trabalho poético, o marcante escritor catarinense de Literatura Infantil Juvenil Werner Zotz, através de turnos de fala de dois sobreviventes de uma tribo destruída pelo homem branco, Tamãi, “o velho pajé”, e Jari, nos presenteia com uma analogia entre vida/morte e destruição/reconstrução dos valores humanos.
O livro, com diversas edições e prêmios, já se vestiu simples com imagens em preto e branco de Jubal Sérgio Dohms (pela Editorial Nórtica) e até bem mais volumoso, ilustrado por Andrés Sandoval, comemorando 25 anos de reedições (Editora Letras Brasileiras). Como estivesse encantou – e encanta – leitores de diversas gerações por sua naturalidade, poesia e sensibilidade. Sem uso de estereótipos, moral grifada ou imagens óbvias, permite que crianças, jovens e adultos construam seu próprio caminho na reflexão sobre as diferenças étnicas, a sabedoria dos mais velhos, a plenitude do bem viver, o ciclo da vida e a esperança no mudar.

FICHA TÉCNICA:

Obra: Apenas um curumim
Autor: Werner Zotz
Ilustrador: Andrés Sandoval
Editora: Letras Brasileiras
Ano: 2005


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